“Aproximamos escritores e leitores de forma original”    

Episode 58 December 17, 2024 00:22:20
“Aproximamos escritores e leitores de forma original”    
ACP - Automóvel Club de Portugal
“Aproximamos escritores e leitores de forma original”    

Dec 17 2024 | 00:22:20

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Show Notes

Ambas poetisas, Elisa Scarpa e Rita Tormenta foram as convidadas de mais um ACP Podcast. Num episódio com a literatura e a poesia como temas centrais, falam-nos dos desafios de por em prática a iniciativa “Aqui vai Livre” que visou aproximar escritores de vários géneros literários dos seus leitores.

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Episode Transcript

[00:00:08] Speaker A: Sejam bem-vindos a mais um podcast do Automóvel Clube de Portugal. Sou o Mário Vasconcelos e hoje tenho como convidadas Rita Turmenta, escritora e produtora de eventos, e Elisa Scarpa, também autora e editora de vídeo. Muito obrigada a ambas por terem aceito o nosso convite. Obrigada pelo convite. Rita e Elisa, ambas foram mentoras de um projeto muito inovador, que resolveram chamar aqui Vai Livre. E, ao que parece, foi a Elisa quem teve a ideia de lançar este desafio. Portanto, este ano foi feita a 2ª edição, mas gostaria que nos falasse como foi a 1ª edição. [00:00:48] Speaker B: Olá a todos, é um prazer estar aqui, obrigada pelo convite. O Aqui Vai Libre, primeiro começo por explicar um bocadinho o título deste evento. Nós queríamos uma coisa que fosse fácil de fixar e que tivesse um lado de brincadeira. E lembrámos-nos de uma coisa que se dizia na Idade Média quando ainda não havia infraestruturas, o que é que se fazia? As pessoas chegavam à janela e diziam, aqui vai água. E água era água e toda outra espécie de detritos. Foi daí que veio a ideia de passar a ser o Aqui Vai Livre. Aqui vai Livre porque é um evento livre de qualquer custo para quem estiver no evento, porque os nossos autores, os autores do Aqui vai Livre muito generosamente oferecem um livro seu para o evento e quem ficar com esse livro leva-o sem qualquer custo. Livre porque é uma brincadeira entre o livre e o livro e porque queríamos, desde o início, que queríamos juntar os autores com os autores e, mais importante ainda, era juntar os autores com os leitores. [00:02:20] Speaker A: Com o seu público. [00:02:21] Speaker B: Com o seu público. Porque não há autor sem leitores. Isto é assim, se nós escrevermos e não tivermos pelo menos um leitor, e um leitor bom já é muito bom, já é uma coisa que um autor preza, que é ter um bom leitor, um leitor que se interessa por aquilo que esse escritor escreve, que é por aquilo que esse escritor pensa, E, portanto, foi esta junção que nós queríamos fazer, mas de uma forma brincalhona, não é? Portanto, não queríamos nada. [00:02:57] Speaker A: Algo descontraído. [00:02:58] Speaker B: Descontraído, num jardim, com toda a gente à vontade, criar logo uma ligação de igualdade entre autores e leitores. [00:03:13] Speaker A: Mas, oh Elisa, antes de avançarmos um pouco mais na conversa, E porque ambas também escrevem, portanto também têm o seu público, acha que ainda faz sentido, ou que faz todo o sentido, esta aproximação física entre autores e o seu público? [00:03:34] Speaker B: Acho que sim, acho que cada vez faz mais sentido, porque nós hoje estamos muitas plataformas, estamos, eu acho que é assim, talvez haja menos leitoras daqueles que têm os livros, mas há muito mais literatura no ar. E há muito mais literatura no ar no rádio, na rádio, na televisão, e isso é muito bom. Isso é muito bom porque é uma literatura que também para nós foi importante quando avançámos para este projeto que era termos uma literatura que está escrita mas que é falada em voz alta e por isso o evento na segunda parte tem leituras dos autores que lá estão. Porque hoje as coisas como os audiolivros, tudo isso tem uma grande importância e a literatura entra em nós não só através da literatura escrita, mas da literatura falada. De alguma forma estamos a voltar a uma certa tradição oral. que pode vir a permanecer. E a ligação entre o autor físico e o leitor, eu também acho que é importante, porque de alguma forma quebra uma aparente distância. O autor não é um ser que usa palavras difíceis, não é um ser que está lá no Olimpo a escrever, não. Um autor é uma pessoa, como outra qualquer, que escreve. [00:05:01] Speaker A: Esta iniciativa O que tem de original foi montada no Jardim do Príncipe Real, numa parte mais superior, em que nesse varandim estavam todos os autores com os seus livros e embaixo estava o público. E havia um dado momento em que os autores atiravam os livros, o público, enfim, quem conseguisse agarrar o livro, ficava com o livro e depois lia os tais trechos que os livros continham. Mas, falando da montagem, do espetáculo, do evento, como é que foi, em termos de organização, como é que foi contactarem os autores? Que tipo de acolhimento? Porque a primeira edição foi o ano passado. [00:05:49] Speaker B: Sim. [00:05:50] Speaker A: Que acolhimento é que tiveram os autores o ano passado, quando foi a primeira realização deste evento? [00:05:58] Speaker B: Foi ótimo. [00:05:59] Speaker A: Mas como é que os contactámos? [00:06:01] Speaker B: Nós contactámos, tanto eu como a Rita, temos redes sociais, temos o Facebook e o Instagram. E fizemos praticamente todos os contactos através de Facebook, porque de alguma forma nós também já conhecemos alguns autores, como vamos a outros eventos de literatura, portanto já tínhamos esses conhecimentos, entrámos em contacto e a recepção foi Muito boa, porque o ano passado foi o ano zero, foi tudo muito feito em cima. [00:06:37] Speaker A: Pois vocês chamaram-lhe a edição zero. [00:06:39] Speaker B: A edição zero, foi tudo feito em cima da hora. Tivemos a colaboração da Junta de Fragosia da Misericórdia, que foi essencial, através da doutora Luísa Rodrigues, que nos deu logo o apoio para termos o espaço e permitiu que tudo se agilissasse de uma forma muito rápida, porque nós montamos, Rita, se não me engano... Dois meses, não. [00:07:04] Speaker C: Chegou a dois meses? [00:07:05] Speaker B: Não chegou a dois meses. [00:07:06] Speaker C: 100% deles era agosto, portanto é assim aquele mês em que... [00:07:11] Speaker A: Pois é mais complicado, muita gente dá. [00:07:13] Speaker C: É importante que mete-se agosto. [00:07:15] Speaker A: E nessa edição zero, quantos autores é que conseguiram juntar? [00:07:19] Speaker C: 54? [00:07:20] Speaker B: 54. 54 autores que alguns, nomeadamente, vieram de fora de Lisboa, tendo em conta que nós, evidentemente, infelizmente, não podemos pagar deslocações às pessoas e, portanto, esses escritores vieram às suas expensas para estar no evento e teve um ambiente muito bom. muito bom, que é um ambiente de encontro entre pessoas que têm o mesmo ofício, entre aspas. [00:07:54] Speaker A: E muito público também. [00:07:55] Speaker B: E muito público também. [00:07:57] Speaker A: E vários géneros, portanto, entre os autores encontravam-se escritores desde a poesia à prosa, portanto, géneros literários. [00:08:06] Speaker C: Sim, ensaios também. [00:08:08] Speaker B: Sim, sim. Tivemos ensaios, tivemos realmente uma parte poesia maciça, mas talvez porque nós, como somos poetas e conhecemos mais poetas, acabou por ser, pronto, por haver essa proximidade. Mas o evento está aberto a romancistas, a ensaístas, e o ano passado tivemos ensaístas também, e tivemos também romancistas, e este ano ainda tivemos mais. [00:08:36] Speaker A: E Rita, como é que foi a edição deste ano? Eu acho que até superou as expectativas relativamente ao ano passado, não é? [00:08:44] Speaker C: Sim, de alguma forma era o desafio, era mesmo superar a primeira. Eu acho que chamamos sempre de edição zero, ou pelo menos eu acho que é sempre uma boa maneira de chamar edição zero. é cautelar o que possa correr mal, é perceber se funciona, se não funciona. E como a Elisa disse, tivemos um excelente acolhimento da parte, quer dos autores, quer do público, quer mesmo da própria junta de freguesia, que ficaram bastante surpreendidos com aquilo que nós conseguimos gerar em termos de movimento e de pessoas a participarem. E este ano já partimos com este pressuposto, que já tínhamos tido uma primeira edição, portanto já havia até material para mostrar e para desafiar pessoas e superámos grandemente os números. No ano passado andámos à volta dos 54, este ano ultrapassámos os 80. [00:09:33] Speaker A: Está a falar de autores convidados? [00:09:36] Speaker C: Não, autores participantes. Convidados houve mais, não é? Sim. Mas que estiveram a participar foram mais de 80. [00:09:44] Speaker A: E o público também aumentou na edição 1? [00:09:47] Speaker C: Também, também. Também porque houve alguns meios de comunicação a noticiarem. Tivemos algumas, houve algumas referências em meios de comunicação e isso ajuda a... [00:09:57] Speaker B: Tivemos da Time Out, por exemplo, que é importante porque tem um público, certo? [00:10:03] Speaker C: Pronto. Que já tínhamos sido... E específico. [00:10:05] Speaker B: E específico. [00:10:07] Speaker A: Mas esta iniciativa, de facto, é original, mas foi curioso, li alguns que já nos anos 80, o poeta Alberto Pimenta, se lembrou de fazer uma coisa parecida, que foi a tirar um livro seu à assistência. Porventura terá sido essa a fonte de inspiração ou não? [00:10:27] Speaker C: Elida? [00:10:27] Speaker B: Eu sou uma grande apreciadora do Alberto Pimenta. Eu também. E, inclusivamente, o Alberto Pimenta esteve representado no ano zero do Aqui Vai Libre, esteve representado no ano 1. Não pôde vir por razões de saúde, mas conseguimos falar com ele através do seu editor, que nos disse que ele teria muito prazer em estar representado. [00:10:56] Speaker A: Mas, por exemplo, sabia dessa atividade? [00:10:57] Speaker B: Sabia, sim. Sabia. Mas foi isso que lhe inspirou? [00:11:00] Speaker A: Ou foi isso que acha que foi isso que... [00:11:02] Speaker B: Eu acho que influenciou porque era um lançamento, o que ele fez foi com um outro autor, nos anos 80, eu não sei exatamente de quem, neste momento não me recordo. Não sei, eu sei que era o Alberto Pimenta e outro escritor ou escritora, que lançavam os livros para cima do público. Mas esse lado literal de pensar, lançar, é, pronto, mandar para cima. E a ideia de ser uma coisa feita de um sítio muito alto e mandar para baixo, para as pessoas, essa ideia era uma ideia que já andava há muito tempo a fazer o seu caminho. E conseguimos e foi. [00:11:48] Speaker C: Temos que desconstruir um bocadinho a ideia de um lançamento muito formal, de uma ideia dos lançamentos muito formais. A ideia era mesmo uma brincadeira de lançar é atirar, não é? [00:12:00] Speaker A: É fazer voar. Não foi atirar de qualquer modo. [00:12:03] Speaker C: Os livros foram todos protegidos, aliás. Nós podemos pôr um rótulo, não é? Nenhum livro se magoou. Mas houve algumas pessoas, o ano passado, este ano já não, porque as pessoas já sabiam, mas o ano passado houve algumas pessoas a dizer ah, mas eu não quero que o meu livro se estrague. Nós explicávamos sempre, nós inclusivamente fizemos book test dummies, não é? Como os car crash test dummies. Fomos a tirar os livros para perceber o que é que acontecia, como é que o livro caía, e iam protegidos, iam num saquinho, todos protegidos para não. [00:12:32] Speaker A: Se... E quem conseguisse apanhar um livro ficava com ele, mas tinha que ler um trecho, não é? [00:12:37] Speaker C: Não, não, não. Os trechos foram lidos pelos autores. Não, não. Os trechos foram lidos pelos autores. [00:12:42] Speaker A: Mas com a presença do público, não é? [00:12:45] Speaker C: Com a presença do público, sim. [00:12:47] Speaker A: Ambas, tanto a Elisa como a Rita, são pessoas muito habituadas a frequentar tertúlias e outros eventos muito ligados à literatura. Porquê é que têm um... e agora passar aqui a Elisa, porquê é que têm uma atenção especial com os autores ibero-americanos? [00:13:11] Speaker B: É porque nós temos uma língua comum, que é o letí. Eu, infelizmente, já não tive latim no liceu, para muito a pandemia e agora por preguiça provavelmente não vou aprender. Mas, de qualquer modo, eu acho que o latim é uma língua, é a língua de que todos partimos. E, portanto, o francês, o espanhol, o italiano, o romano, todas essas línguas eu acho que para nós são muito importantes. Porque é a defesa de um património comum, tem a ver com uma forma de pensar. E depois, por outra razão, é que curiosamente há muitos portugueses que talvez conheçam melhor a literatura inglesa e americana, sobretudo por influência americana, do que propriamente, por exemplo, a literatura espanhola, que está mesmo aqui ao lado. e já para não falar toda a América Latina. Pois a América Latina tem uma literatura riquíssima, poderosa, exuberante, diria mesmo, e tem uma exuberância que nós também temos, nós portugueses também temos, Enquanto língua, porque a nossa língua tem uma complexidade, tem um vocabulário que nunca mais acaba. Portanto, nós somos realmente uma espécie de rinocerontes, belíssimos a meu ver, e que temos que defender essas línguas e esse património literário. Por isso, nós este ano, e a Rita até pode falar disso melhor do que eu, porque teve também envolvida, nós acabámos por usufruir o Aqui Vai Livre de um outro evento que foi a segunda literatura, a segunda noite da literatura ibero-americana, que aconteceu aqui em diversos locais. [00:15:10] Speaker C: E a Rita O que aconteceu? A 26 foi a segunda noite da literatura ibero-americana, na qual eu participei não só como... participei como autora convidada e faço parte também da equipa de coordenação, fiz a coordenação com a curadoria da Laura Mendinoeta. Já é a segunda vez e tínhamos autores. Aconteceu, por coincidência, no dia 26. E, portanto, havia autores cá e que eu convidei. E que vieram felicíssimos, quer o Armando Romero, quer o Vítor Rojas. Estiveram connosco e até é possível que haja desenvolvimento a partir de um deles, não é? Para voos diferentes aqui do Aqui Vai Livre, que possa voar para outros lugares. [00:15:53] Speaker A: Mas, então, que o Aqui Vai Livre pode ser a genese para muita coisa que venha aí a caminho. [00:15:58] Speaker C: Acho que o Aqui vai Livre tem, e é uma coisa que é muito apontada pelos autores que estiveram connosco, que é esta ideia de uma horizontalidade entre os autores e os leitores e os participantes, em que não há uma fronteira estanque em que as pessoas podem falar umas com as outras e mesmo em termos dos autores não há uma hierarquia, não há o autor mais conhecido e o autor menos conhecido. Há uma partilha e há um momento de absoluta descontração Porque é, eu já disse várias vezes, é uma loucura. É um momento de insanidade controlado no tempo. Mas é um momento de insanidade, dizer, vamos atirar livros pelo barandinho. do Príncipe Rial, é sim um momento de insanidade. E é fantástico termos uma junta de freguesia a entrar na nossa loucura e, de repente, perceber que a loucura se transforma numa loucura coletiva e que os nossos autores gostam, participam, por exemplo, mesmo em termos da difusão. Estava-me a perguntar como é que também o público chega. Grande parte da difusão do evento é feita pelos próprios autores que se associam imediatamente e dizem eu vou estar lá, eu vou participar e promovem o evento. E isso é uma coisa que mostra que o evento responde. Há bocadinho quando perguntou à Elisa se fazia ou não sentido um evento físico. [00:17:25] Speaker A: Comunidade física, mas entre escritores e público. [00:17:28] Speaker C: E mesmo entre escritores. Talvez seja dos ofícios mais solitários. A escrita é um dos ofícios mais solitários, não é? E portanto, pois, a ideia de partilhar momentos é muito importante. E eu acho que é mesmo muito importante para as pessoas se ouvirem umas às outras, para ouvirem pessoas diferentes. Este ano, por exemplo, abrimos a possibilidade dos manuscritos. Ou seja, também para apanhar não só pessoas que não tenham nada publicado, como pessoas mais jovens que ainda não têm. Algumas que não têm por opção, outras que não têm porque ainda não encontraram como e outras que estão a começar. Tanto eu, por exemplo, tanto eu como a Elisa, lançámos manuscritos. [00:18:06] Speaker B: Exato. [00:18:07] Speaker C: Portanto, fizemos questão de levar um manuscritozinho e lançámos manuscritos. Exatamente para permitir que as pessoas que vêm dos espaços, como a Elisa disse, da palavra dita, que possam entrar noutros mecanismos, porque achamos que há formas de contágio e de... [00:18:26] Speaker A: Passar a conhecer a palavra escrita. [00:18:28] Speaker C: Exatamente, de alguma forma. [00:18:30] Speaker A: Elisa, e porquê é que pensaram no Jardim do Príncipe Real? [00:18:34] Speaker B: Eu acho que o Jardim do Príncipe Real, eu tenho uma grande ligação ao Jardim do Príncipe Real, porque nos anos 80, passava muito lá, porque andei no Conservatório de Teatro e Cinema, na Escola Superior de Teatro e Cinema, que era ali no bairro Alto, na Rua dos Caetanos, e então aquilo era muito um eixo. E eu acho que aquele jardim, para mim, tem qualquer coisa de mágico. Tanto que nós, quando tentámos fazer no jardim, não recebemos logo resposta, porque estávamos naquele mês de agosto de 2023, e portanto agosto é um mês parado, e houve uma altura em que nós pensámos assim, se calhar temos que pensar num outro sítio, e eu só pensava, Era mesmo ali no Jardim do Príncipe Real, porque é assim, a altura é ideal, a claridade, a luz é lindíssima ali, e depois tem aquela concha que é formada porque do Jardim para o Príncipe Real, para a Rua Silva de Sousa, há uma espécie de escadas que nós ficamos ali na concha, portanto, estamos protegidos da rua, mas estamos na mesma num sítio público. Portanto, para nós é mesmo um sítio ideal. [00:19:49] Speaker C: E eu cresci no Príncipe Real, portanto, no Príncipe Real. [00:19:53] Speaker A: A Rita sei que não conduz, mas tem uma história muito curiosa que liga ao ACP. Que história é essa, Rita? [00:19:59] Speaker C: Aconteceu ontem. Eu ontem fui buscar um livro, porque fui a um concerto e queria levar um livro para ser assinado pelo Autur. E consegui tudo. E quando fui pegar no livro, caiu-me do livro um postal do ACP de uma corrida de carros de 1959. Não faça mais pálida das ideias como o postal trai de parar e durante muitos anos não vi aquilo. Vi ontem, caiu-me no chão e eu disse pronto, ok, está tudo alinhado, está tudo arrumado. [00:20:32] Speaker A: Para lembrar que hoje tínhamos aqui esta conversa. [00:20:35] Speaker C: Para não me esquecer. [00:20:37] Speaker A: Ao contrário, a Elisa conduz. [00:20:39] Speaker B: Sim. [00:20:40] Speaker A: Como é a sua relação com a Elisa? [00:20:42] Speaker B: É ótimo. Adoro conduzir. [00:20:45] Speaker A: Não me importo com... Porque é fácil em viagens, não é mais pela cidade... É, sim. [00:20:49] Speaker B: Eu gosto de fazer viagens longas. Porque... O ver dentro do automóvel e ver as coisas a passar. É uma espécie de cinema. De segundo cinema. Adoro conduzir. [00:21:02] Speaker A: Sobretudo... Curiosa essa comparação. [00:21:04] Speaker B: Sobretudo fora da cidade, porque, quer dizer, na cidade infelizmente estamos sempre a parar. Portanto, estamos mais parados do que a andar. Gosto muito de conduzir. Sou sócia do ACP, por acaso tirei a carta de condução no ACP depois de ter tido uma experiência terrível com uma escola de condução pouco séria. que me pediram dinheiro para me passar, isto no fim dos anos 80. E eu disse assim, não, a próxima escola que eu vá, que me vá aproximar, que seja qualquer coisa séria. E fui para o ACP e sou sócia, e adoro conduzir, adoro. Acho que é uma coisa que me descontrai mesmo. É assim, eu se tiver maneura, como costumamos dizer... [00:21:52] Speaker A: Pega no carro e sai. [00:21:53] Speaker B: Exato. E fico logo melhor. É muito curioso. [00:22:00] Speaker A: Elisa Scarpa, Rita Tormenta, muito obrigado por terem aceito o nosso convite. [00:22:04] Speaker C: Muito obrigada a nós. [00:22:05] Speaker A: E obrigado por estarem desse lado. Podem seguir-nos no Spotify, Soundcloud e Apple Podcast e nas redes sociais do ACP.

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