Episode Transcript
[00:00:07] Speaker A: Sejam muito bem-vindos a mais um podcast do Automóvel Clube Portugal. Eu sou o Francisco Costa Santos e hoje vamos falar sobre desporto automóvel e temos aqui uma dupla que tem dado cartas no todo terreno. O piloto João Ferreira e o navegador copiloto Felipe Palmeiro. E este fim de semana que passou correu-vos muito bem, não foi?
[00:00:29] Speaker B: Sim, muito mais agradecer o convite para estar aqui presente mais uma vez. Sim, de facto, correu bem. Foi a nossa segunda prova oficial com esta nova equipa, a Catatagazo Racing da África do Sul e que é SVR. E a primeira prova em Portugal e correu da melhor maneira. Acabámos por vencer a prova. Foi uma prova Dura a prova de reguinhos, é sempre muito dura para os carros e para os pilotos, mas de facto acho que fizemos um bom trabalho e há algumas adversidades no meio do caminho, mas acabámos por vencer e foi a minha quarta vitória consecutiva, a terceira com o Felipe, portanto não poderia pensar numa melhor maneira de começar. com esta nova equipa em Portugal logo na vitória.
[00:01:04] Speaker A: Vocês estou de parabéns porque têm andado a conquistar, tão como o Palmares, invejável. E João, explica esta evolução para este carro que tem agora, uma T1+, não é? Qual é a evolução para o outro modelo que tinhas? Há aqui alguma particularidade diferente?
[00:01:20] Speaker B: Começa logo a maior diferença, apesar de serem carros da mesma categoria, ou seja, são adversários dentro da mesma categoria. Este carro agora que eu conduzo até, é um carro de motor a gasolina e o carro anterior, o Mini, era um carro de motorização diesel. Começa logo porque são maneiras de conduzir completamente diferentes. E mesmo o próprio chassi, eu estava à espera de sentir uma mudança, mas não estava à espera que fosse tão diferente, que estou-me mais a habituar do que eu estava à espera. Mas foi uma aprendizagem que temos vindo a aprimorar cada vez mais e a equipa tem-nos dado uma ajuda enorme, tem possibilidade também de fazer muitos quilómetros e, portanto, isto tudo acelera um bocadinho o processo de aprendizagem e, portanto, conseguimos logo na nossa primeira prova internacional vencer a Vasco de Aragão, aqui também mais uma vitória. Portanto, acho que tem sido um balanço bastante positivo nesta nova etapa da minha vida.
[00:02:06] Speaker A: E já voltamos às especificações da carrinha, mas queremos saber, quanto à navegação, o que é que muda do Mini para esta Toyota?
[00:02:13] Speaker C: Basicamente isso se calhar, provavelmente muito pouco ou quase nada, se calhar um bocadinho a velocidade que estamos a fazer as coisas é o que varia mais mas em termos de navegação, excepto a posição de estar sentado dentro do carro e de visão do exterior, pouco mais.
[00:02:34] Speaker A: E para quem nos ouve e tem curiosidade, quais são os aparelhos que vocês utilizam para fazer essa navegação? É porque é exatamente os mesmos que utilizam no Dakar, ou não?
[00:02:43] Speaker C: Similares. Há dois fornecedores, vamos pôr assim. No Dakar os aparelhos são de RTF, que é uma marca francesa, e aqui os que estamos a usar aqui no campeonato de turismo, é o Stella que é espanhol. Portanto, basicamente as funcionalidades são as mesmas, têm algumas características pequeninas, diferentes, mas o objetivo final é igual.
[00:03:10] Speaker A: Acaba por ser quase a mesma coisa. A nível de potência, passar de um diesel para uma gasolina, se calhar podemos perder a força em baixas rotações, mas ganhamos se calhar muito em altas. A performance do carro é mesmo maior?
[00:03:26] Speaker B: Sim, diria, sim. Respondi à resposta rapidamente sim. Hoje em dia com as regulamentações que a FIA nos propõe temos uma curva de potência que todas as marcas têm de cumprir e nós de facto com o diesel não estávamos indo adentro nessa regulamentação porque foi-nos permitido fazer o Dakar em cumprir isso, mas tínhamos a desvantagem de ter menos de cerca de 30, 40 cavalos em relação aos demais, e portanto, quando saltamos agora para um carro que já temos mais de 30 ou 40 cavalos, montamos claramente isso em altas e médio e alto regime, sobretudo, e acho que hoje em dia, com as tecnologias que há dos antilagas, aquela vantagem de há muitos anos atrás, só ouvia falar que os carros diesel tinham mais torque e os gasolinos só andavam mais em altas rotações, hoje em dia consegue-se tudo nivelar um bocado, como disse, com o antilag, e portanto a Toyota não falta em alto e médio regime e em baixo também não. Às vezes falta é piloto.
[00:04:15] Speaker A: E qual é que é a mesma especificação? Ela é uma V6 e quantos cavalos é que tem? Só para saber.
[00:04:23] Speaker B: Temos números redondos de cerca de 400 cavalos. As pessoas às vezes estão à espera que sejam muitos mais cavalos do que o que dizemos, nem sequer chegar a 400, mas o que nos interessa é ter muita força desde baixo, muito binário, muita força, porque aqui temos provas de piso duro, mas quando vamos para a areia, com a areia muito pesada, para subir dunas e em situações difíceis, o que nos interessa é ter um motor que nos ajude desde baixo. Portanto, são cerca de 400cv, não é nada por ir além. E a velocidade máxima também estamos limitados a 170cv por questões de segurança, mas posso-te garantir que chegamos a esses 170cv muito depressa.
[00:04:58] Speaker A: E com muita fiabilidade, não é?
[00:05:01] Speaker B: Com muita fiabilidade, com algum conforto dentro do possível. E 170kmh fora de uma pista que nós nunca passámos, é a primeira vez que lá vamos apenas com as notas do Filipe Palmeiro ou de todos os outros navegadores, torna a coisa muito mais depressa do que andar a 170kmh na autostrada, por exemplo.
[00:05:19] Speaker A: Vocês estão habituados não só a correr em Portugal, mas a correr em todo o mundo. Filipe, correr em casa, é mais especial correr em casa?
Acaba-se mais difícil.
[00:05:32] Speaker C: Sim, em certo ponto sim. Eu sou de Porto Alegre e portanto tenho uma prova em casa, literalmente. E é lógico que o apoio da família, do público, dos amigos, um conjunto ali de circunstâncias que coloca alguma pressão nessa prova, mas no final, quando põemos o capacete e entramos dentro do carro, é igual e tirando o público que é mais na parte de fora e apoiar-nos, o resultado da prova é o mesmo.
[00:06:08] Speaker A: O Rally Ride é uma prova muito extensa, atravessa Alentejo, Ribatejo, Extremadura, vamos para a Espanha. Como é que se adapta, como é que a navegação adapta a esses percursos? Há uma preparação especial para as diferenças de terrenos que ainda agora falávamos?
[00:06:27] Speaker C: Não, basicamente, quer dizer, a possibilidade de nós termos alguma diferença, muitas das vezes, o navegador é a própria organização, quando desenha o roadbook, que nos pode transmitir ou não. Portanto, isso é o principal. É lógico que, se calhar, na parte do João, ele tem que adaptar muito mais aumentar ou diminuir a velocidade ou ajustar em termos de percurso. Eu, em termos de notas, se calhar se formos falar do deserto por uma prova como o Rally Ride, aí sim há muitas diferenças. Aqui, dentro de Portugal e Espanha, se calhar as diferenças não são assim tão notórias.
[00:07:07] Speaker A: O Rally Ride, João, o que é que nos espera? Alguma etapa favorita? Algum sítio favorito?
[00:07:13] Speaker B: Eu gosto muito da zona do Alentejo, de Ribatejo, de Extremadura. Acho que o ano passado foi a primeira vez que foi feita a prova e acho que o ACP fez uma prova bastante bem conseguida, bem organizada. Mesmo da parte dos roadbooks não tenho nada a apontar. Apesar de que é mais o departamento do Flip, mas a informação que me foi transmitida não tenho razões de queixa. Portanto, acho que foi uma prova bastante equilibrada. Zonas muito rápidas, com alguma areia. Zonas estreitas. Ok, se calhar algumas partes muito estreitas, mas o teu terreno é isto mesmo. e, portanto, qualquer zona nos puseram no passado se nos puserem em zonas mais ou menos idênticas este ano. Eu não sou um piloto esquisito, eu gosto de conduzir em quaisquer que sejam as circunstâncias, às vezes mais ou menos favoráveis para os carros da nossa categoria, mas é uma prova que me deu imenso gozo de fazer e fizemos. em segundo lugar uma prova de campeonato do mundo e logo uma prova em casa foi um sabor especial. Foi também a nossa estreia com a parceria de Repsol e portanto foi uma prova muito especial para mim e este ano, o ano passado fizemos segundo para lutar pela vitória e isso não é segredo nenhum, já o disse publicamente e portanto independentemente do resultado tenho a certeza que vai ser uma boa semana de corridas e de esporte motorizado com muitos fãs O povo português apoia o desporto motorizado e o terreno de uma forma incrível e, portanto, vamos nos disfrutar pela Semana do Automóvel.
[00:08:28] Speaker A: É realmente incrível podermos ver no nosso país os carros que fazem o Campeonato do Mundo, carros que vocês estão habituados a conduzir e a ver, mas que para o público é muito interessante poder assistir em Portugal a esses carros e a esses pilotos.
Há aqui também um fator que é a pressão. Por causa dos troços, alguns serem mais apertados do que outros, das passagens. A pressão de categorias inferiores andarem ali a disputar lugares. Isso é uma pressão que também se sente, estando na categoria mais alta, que é a categoria que vocês competem.
[00:08:59] Speaker B: Eu não diria que seja uma opção. Sim, de facto, o campeonato... Temos que, para mim, realçar que o campeonato português é provavelmente um dos melhores campeonatos que temos no mundo. Temos o campeonato sul-africano que talvez nos faça frente, mas a nível de número de concorrentes e de qualidade de provas e de organizações, o campeonato português é um campeonato bastante completo e com muitos bons pilotos. Sim, de facto, estas novas... categorias que têm vindo a evoluir ao longo dos anos, a categoria do SSV e do Challenger, dos antigos T4 e T3, têm vindo a ganhar uma força muito grande e nas nossas provas em Portugal tem-se sentido uma tendência das provas serem cada vez mais enroladas, mais lentas, mais fechadas e obviamente com um carro de duas toneladas com O maior da classe, não é? O maior da classe. Comparar com um carro que tem metade do peso, tem um poder de aceleração muito idêntico, obviamente favorece muitas vezes esses carros das categorias mais abaixo, mas é o que é. Acho que não traz pressão, acho que quando sabemos que temos uma prova muito sinuosa, que é muito difícil ou praticamente impossível vencermos, temos que olhar para a nossa categoria, não é um pensamento que eu gosto de ter, porque gosto de ganhar em geral e pronto, mas também temos que ser inteligentes e ver a realidade como ela é e caso isso aconteça, debatermos e percebermos se somos mais rápidos, se formos os mais rápidos da nossa categoria, acho que é um balanço positivo, mas o meu pensamento está sempre na vitória em geral. Portanto, não gosto muito de estar com este pensamento, mas de facto há provas que favorecem muito os carros das categorias inferiores.
[00:10:29] Speaker A: Alguma zona favorita de passagem deste ano?
Algum ribatejo, alentejo?
[00:10:35] Speaker B: É como eu disse, sou muito completo e gosto de tudo. Gosto de lama, gosto de seco, gosto de serra. Portanto, extremadura, alentejo, ribatejo, não... Acho que se tiver extremamente... Como deve ser, o ACP vai fazer uma prova excelente, extremamente bem marcada, teve atenção a todos os detalhes e, portanto, qualquer que seja o setor e as condições que vamos apanhar, vai-nos dar muito prazer de condução, tanto a mim como ao Filipe dentro do carro. E, portanto... Qualquer zona é muitíssimo bem-vinda, sobretudo sendo em Portugal.
[00:11:05] Speaker A: Bom, aproveito para vos dizer mesmo a questão. Há alguma zona favorita, se calhar ali mais perto de cá?
[00:11:10] Speaker C: Não, realmente eu acho que pelo que vimos o ano passado e se calhar provavelmente como o ACP nos tem habituado vai ser muito melhor. Eu acredito que a primeira experiência e o primeiro ano avalia se calhar alguns ajustes que poderiam ser feitos e eu acredito que devem estar preparados já e pensados este ano. E portanto, é assim, eu adoro aquela parte espanhola que é também muito perto de casa, mas tanto o Alentejo, o Ribatejo, acho que em termos de por isso acho que devemos ter ali uma boa variedade e no final vai ser se calhar uma das provas mais interessantes do campeonato do mundo porque é tão variada que se calhar em nenhuma das outras provas conseguimos ter um conjunto de pistas tão diversas como aqui.
[00:11:57] Speaker A: Uma questão que temos dúvidas que nos acompanham é, por exemplo, a preparação, o estudo dos mapas. Como é que isso é feito?
[00:12:07] Speaker C: Como é que vocês preparam em conjunto?
[00:12:11] Speaker A: Conversam, obviamente.
[00:12:14] Speaker C: Hoje em dia, o trabalho que nós poderíamos ter, que já foi feito há uns anos atrás, É muito difícil nós prepararmos ou fazermos alguma preparação porque cada vez mais os percursos são secretos e só temos acesso ao roadbook da etapa 5 minutos antes da etapa começar, portanto não dá para ver nada, não temos acesso rigorosamente nenhum ao percurso e às etapas que vamos fazer. E, portanto, a região, podemos ter alguma ideia daquilo que vamos apanhar. Por exemplo, este fim de semana tivemos aqui uma prova, a prova de Reguengos, que teve alguns participantes do Campeonato do Mundo exatamente para tentarem perceber ou ver alguma coisa desta prova, para perceber o que é que vão apanhar na prova do Rally Ride. Mas, excepto isso, aliás, somos proibidos de testar, de andar nestas regiões durante o período que andecendo a prova é muito difícil nós termos algum acesso a informação extra.
Quer dizer, eu estou a falar disto porque há uns anos atrás o roadbook era entregue um dia antes e havia os mapamentos, o chamado mapamento. Ainda dava tempo para... Para preparar e até corrigir os próprios roadbooks, que às vezes havia falhas de roadbooks e era muito, acontecia muitas vezes essa correção dos próprios roadbooks. Hoje em dia isso não acontece. Há uma equipa que vem especializada, que faz a abertura do troço, portanto um piloto e um navegador.
[00:13:49] Speaker A: Vão confirmar.
[00:13:50] Speaker C: Vão confirmar tudo. eles fazem as alterações e dizem isto está segundo as regras do que é feito o campeonato e, portanto, o roadbook está preparado para ser... e, portanto, nós não temos acesso a nada, é cinco minutos antes, é quando temos algum acesso. Normalmente nunca dá para ver nada, só um caso ou outro que haja alguma informação que seja dada pela organização, querem, portanto, ver alguma nota ou alguma situação específica. Não trouxemos nada. O roadbook é visto na hora em que estamos no local.
[00:14:20] Speaker A: Os percursos cá estão muito traçados, estão muito guiados, vocês conseguem perceber até pelo traçado onde é que já passaram? Eu faço esta pergunta porque comparando com o Dakar, que é a prova mais exigente que sabemos, é bastante diferente.
[00:14:39] Speaker C: O que é que distingue uma prova.
[00:14:42] Speaker A: Feita em solo europeu de uma prova como...
[00:14:45] Speaker C: Basicamente o que mais distingue é o fora de pista. Nós no Dakar e no deserto temos muitas etapas que são feitas não exclusivamente mas grande parte fora de pista e portanto com o cab, com o chamado cab, que é os 360° que nos põe uma direção e que temos que seguir essa direção. Aqui não, aqui são pistas e em que são bem marcadas, não estou a falar marcadas em termos de… porque no Rally Ride normalmente não há estas marcações, nós estamos habituados no campeonato português, que fecham as pistas, têm setas a indicar, aqui não.
[00:15:23] Speaker A: É meio traçado.
[00:15:23] Speaker C: Exatamente.
[00:15:24] Speaker B: O real estado é diferente.
[00:15:25] Speaker C: É diferente. A navegação torna-se muito mais interessante porque não há este tipo de marcas, não há setas indicativas. Torna-se muito mais interessante porque é navegação pura e dura, mas a maior diferença eu diria que é o fora de pista. Aqui não existe esse ponto.
[00:15:43] Speaker A: Pois claro, este é um campeonato do mundo, tem aqui bastantes diferenças. O que queremos saber é como é que se lida com a pressão de estar a representar este campeonato do mundo e se há algum piloto, se há alguma dupla que faça aqui frente e que vos faça ou tentar adequar estratégias ou pôr alguma pressão extra que vocês queiram bater.
[00:16:06] Speaker B: Obviamente, quando iniciamos uma prova, eu costumo dizer que começamos todos a zero, vendo que há sempre pilotos favoritos. Temos o Nasser Al-Attiyah, que já está presente. O Carlos Sainz, pelos vistos, diz que também vai estar presente. Temos o Lucas Moraes. Temos tantos outros pilotos de grandes equipas que são pilotos de renome, com muitos anos de experiência, e logo esses, digamos que são as cabeças de lista, digamos assim, à vitória. No entanto, hoje em dia, o teu terreno, e falando só da categoria do teu mais, temos facilmente 10 pilotos que nós devemos Estes pilotos todos os dias podem estar no top 3 e depois temos tantos pilotos e tanta coisa que pode acontecer que não me virava nada que todos os dias tivéssemos um top 3 diferente. Mas diria que sentimos alguma pressão por ser uma prova em Portugal, sim, mas é como o Filipe disse há bocado, acho que depois metemos o capacete e queremos dar o melhor de nós. E queremos ganhar, obviamente, porque a prova em Portugal é uma prova que se calhar temos ali um pushing extra para vencermos, que é uma prova que todos os pilotos, mesmo os pilotos de Sorbonne, não gostam de vencer sempre as provas em casa. E, portanto, temos essa pressão extra, mas eu, pelo menos eu, e sei que o Filipe também é este modo. competição que ele gosta. Em qualquer prova vamos dar o nosso melhor e queremos vencer. E não independentemente se é o Dakar, se é Abu Dhabi, se é Marrocos, se é Argentina, se é México, se é Portugal. Temos o capacete e damos o nosso melhor e queremos é vencer.
É assim que encaramos também esta prova, sempre com um calor no coração por estarmos em Portugal.
[00:17:26] Speaker A: Não, e nós quando estamos no público a fazer entrevistas ou algum trabalho, ouvimos as pessoas a gritar o vosso nome, portanto eu acredito que vocês devam sentir ali uma grande responsabilidade. Como é que funciona a relação com o Filipe? Obviamente tem funcionado bem, vocês têm a saudade. Tem disso. Mas como é que funciona a comunicação dentro do carro? Há momentos de stress e nós muitas vezes vemos hesitações e algumas coisas nesse sentido. Como é que vocês conseguem gerir essa relação?
[00:17:57] Speaker B: Sim, obviamente. Nas provas em Portugal, sim, há menos stress, quando temos um furo, não falta tanto em perdermos, que em Portugal há pilotos que correm na Federação das Motas, que correm sem navegador, portanto, não querendo tirar o mérito do trabalho do Felipe e dos navegadores, são muito precisos, sempre, independentemente se é em Portugal ou no deserto, mas cá em Portugal, mais presso, mais devagar, em teoria, na maior parte das vezes, não se perdem. Agora, no deserto, tem um papel tão ou mais importante que o piloto. Podemos ser o melhor piloto do mundo e ter o melhor carro, se o navegador não souber indicar o caminho correto e no deserto cá há muitas pistas e temos que seguir o cabo correto é muito difícil perdermos e aí os navegadores têm um papel fundamental. Mas a relação que temos dentro do carro é boa, mesmo que quando temos vídeos on-board, do exemplo do meu pai, porque é com quem mais partilho e há uma confidencialidade, mostro-lhe os on-boards e ele sempre me diz, faço a expressão, vocês dois parecem sentados num sofá em casa a ver televisão. Obviamente quando estamos perdidos, eu e o Filipe ficamos um bocado mais timos para tentarmos rapidamente encontrar o caminho, mas é sempre com alguma descontração e... por muito pessoas divertidas e extravertidas que sejamos fora do carro, quando entramos dentro do carro o nosso foco é só um e é dar o nosso melhor. Agimos como profissionais que somos e, portanto, acho que há espaço para tudo e acho que tem sido uma relação mais ou menos de sucesso. E, portanto, o Filipe é um navegador na April Dovey com muita experiência, é dos navegadores em Portugal com mais experiência e dos melhores que atualmente temos, não tenho dúvida nenhuma. e, portanto, ter ingressado num projeto de um jovem, e hoje sou um jovem, mas na altura ainda mais jovem era, com pouquíssimos resultados no esporte do automóvel, trouxe uma pressão para mim no início que agora converteu-se em um companheirismo em termos do carro.
[00:19:41] Speaker A: É verdade, esta dupla tem provas, portanto, está mais provado que tem estado a correr bem. Mas, Filipe, qual é o segredo para a comunicação dentro do carro, como é que se gera esta navegação, evitando o excesso de informação, como é que se gera esta relação?
[00:20:00] Speaker C: Exatamente. Eu acho que nós, por vezes, já nem precisamos de falar. Para além destes três, quatro anos, estamos... Três, quatro, cinco. Três, três. Mas quer dizer, se calhar às vezes parecem 20, porque já fizemos tantas provas num distante quilómetro que, no final, o nosso entendimento às vezes nem precisamos comunicar um com o outro, que já sabemos o que é que o outro está a pensar. E, portanto, isso torna as coisas muito mais fáceis. E é um trabalho que foi feito durante este tempo todo que torna esses momentos de tensão que existem, como é lógico, porque estamos mas num momento de tensão calma. É verdade, mas é verdade. Não concordas, João?
[00:20:44] Speaker B: Sim, sim, sim.
[00:20:45] Speaker C: Portanto, nós conseguimos gerir esse stress e esse momento de uma forma do mais inteligente, ou tentamos pelo menos, por vezes não conseguimos, mas do mais inteligente possível e tentar tirar, por vezes partido, até desses momentos e tentar tirar a vantagem possível para conseguirmos chegar ao nosso objetivo.
[00:21:06] Speaker A: E esta entrada na Toyota, o que é que representa para vocês? O que é que sentiram no momento de vitória, não é? Porque entrar para uma das equipas que não só no todo terreno, mas a Toyota Gazoo Racing, a todos os níveis do desporto automóvel, está muito bem classificada.
[00:21:24] Speaker B: Sim, é um orgulho enorme. Foi uma jarela de oportunidade, surgiu um espaço muitíssimo que foi uma oportunidade Quando eu em cima fiquei assim, nem estava bem à espera do que é que estava a acontecer, foi ali um, dois meses de decisão e obviamente que abracei e abraçámos esta oportunidade com grande entusiasmo, como referiste, a Toyota Gazoo Racing, não só no teu terreno, num desporto motorizado, no ERC, em Le Mans, é um nome com muito peso.
poder representar esta marca é um orgulho enorme gostaria um dia de a representar não estava à espera que fosse assim tão de repente mas de facto tem em si uma parceria que começámos bem e espero que seja uma parceria que tenhamos durante muitos anos porque de facto a Toyota é uma marca que no teu terreno tem dominado o mundo do teu terreno nos últimos anos e é o carro vencedor do atual carro vencedor do Dakar e portanto ter a oportunidade de competi com esse carro, com essa equipe, a perceber porque é que eles têm sido os melhores nos últimos anos, de facto é um privilégio muito grande para mim.
[00:22:29] Speaker A: E eu tenho acompanhado as vossas redes sociais, vocês vão fazer agora algo em específico para o Rally Ride? O que é que podemos esperar? Quem vos quiser acompanhar?
[00:22:39] Speaker B: Sim.
[00:22:39] Speaker A: Onde é que deve ir?
[00:22:40] Speaker B: Para aumentar as minhas redes sociais. As redes sociais do Felipe não são muito como sempre. Ele estará a acompanhar a prova nas redes sociais desde os testes que irei fazer já este domingo até ao pódio final, Deus queira com a vitória. As pessoas vão poder acompanhar-te nas minhas redes sociais. Mais tarde, no YouTube, também tenho um canal do YouTube que começámos este ano, pouco e pouco, a devolver, a trabalhar, a limar algumas coisas.
[00:23:03] Speaker A: Como é que se chama, João?
[00:23:05] Speaker B: Jjferreira.Com jjferreira.com jjferreira.com jjferreira.com jjferreira.com jjferreira.com jjferreira.com jjferreira.com jjferreira.com jjferreira.com jjferreira.com jjferreira.com jjferreira.com jjferreira.com jjferreira.com jjferreira.com jjferreira.com jjferreira.com jjferreira.com jjferreira.com jjferreira.com jjferreira.com jjferreira.com jjferreira.com jjferreira.com jjferreira.com jjferreira.com jjferreira.com jjferreira.com jjferreira.com Temos que ir à Toyota, temos que ter algum cuidado com isso.
[00:23:38] Speaker A: No nível da organização.
[00:23:41] Speaker B: Já tínhamos tudo planeado para estar divulgado agora nesta baixa de regangos, mas foi imprevisto. Espero já ter tudo no Rally Red pronto. Poderia ter na prova em Portugal, ver pessoas e fãs com a minha roupa. Mas as redes sociais é um ótimo meio para perceber o que está a acontecer toda hora, a cada segunda corrida.
[00:24:01] Speaker A: Filipe, antes de nos despedirmos, porquê é que as pessoas devem ir ver o Rally Raid?
[00:24:06] Speaker B: Mas lá estão.
[00:24:07] Speaker C: É um dos motivos, mas não. Mas eu acho que é uma das provas mais interessantes do campeonato do mundo. Se gostam de todo o terreno, em termos de organização, provavelmente não haverá igual. E, portanto, tem tudo. Com os melhores pilotos do mundo, com a melhor organização do mundo, acho que estão os ingredientes perfeitos para uma semana de grandes fotografias e de grandes imagens.
[00:24:36] Speaker A: São muitos dias, João. Recomendas algum sítio em específico para as pessoas estarem presentes?
[00:24:42] Speaker B: Eu acho que o final de ser aqui em Lisboa, na capital do nosso país, acho que vai ter um impacto grande. Sem dúvida que estar aqui no final, acho que o pódio final, acho que seria um momento muito impactante, mas acho que também devem se deslocar ao terreno. Para viverem o teu terreno como deve ser, não simplesmente assim no meio da cidade, ir ao campo, ao meio de... e de ansiedade para desfrutarem e para perceberem o que é que é o mesmo terreno desde as crianças.
[00:25:09] Speaker C: Estarem um dia ao campo.
[00:25:10] Speaker B: Exatamente, para as crianças ou aos mais velhos, acho que é importante também perceberem e verem um pouco mais de perto o nosso esporte.
[00:25:16] Speaker A: Claro que sim, é uma oportunidade única, são aqueles eventos que temos que abraçar enquanto os temos. e desejamos-vos as maiores felicidades e que tudo corra bem nesta prova. Muito obrigado por terem vindo. E já sabem, se quiserem ouvir este ou outros podcasts podem passar no site do Automóvel Clube Portugal ou nas nossas redes sociais como o Apple Podcast ou o Spotify. Muito obrigado.